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Clonagem Humana



Uma equipe de especialistas em reprodução humana anunciou nesta terça-feira, dia 07 de Agosto de 2001, na abertura de uma conferência sobre clonagem, em Washington, que pretende fazer cópias de seres humanos, o que deu origem a um extenso debate ético, moral, religioso e científico sobre o assunto. O médico italiano Severino Antinori e o professor aposentado Panos Zavos, que hoje dirige uma corporação com base em Kentucky que vende tratamento para infertilidade, informaram, durante a conferência promovida pela Academia Nacional de Ciências, que a clonagem humana será usada como alternativa para a infertilidade.

A conferência começou com um alerta por parte de um dos cientistas, que pediu a seus colegas que evitassem "ataques pessoais". A apresentação do projeto pela equipe de especialistas em reprodução humana, que pretende ajudar 200 casais inférteis de diferentes partes do mundo a terem filhos por meio da clonagem, foi o ponto alto da conferência. A proposta já atraiu críticas na comunidade cientifica e política, que alertam a equipe quanto às implicações éticas de se criar uma vida humana em laboratório, e mesmo antes do projeto ser oficialmente anunciado, um dos cientistas teve que defender seu ponto-de-vista.

"Eles podem nos chamar de cientistas malucos, o que nós não somos, mas isso é muito importante", afirmou Zavos, um dos grandes defensores da clonagem humana, em resposta a um colega que alertou que o procedimento era perigoso. "Esperamos que em novembro iniciemos a transferência nuclear, que na verdade é a transferência do núcleo de uma célula somática em um óvulo de uma mulher com o objetivo de criar um embrião", explicou, "E o embrião será implantado no útero, gerando uma gravidez." Segundo o ex-professor, o experimento deve ser realizado fora dos Estados Unidos, onde uma lei em tramitação pelo Congresso tenta proibir a clonagem humana para fins reprodutivos e científicos. Ele não esclareceu onde a experiência acontecerá.

Além da oposição dentro dos Estados Unidos, a experiência tem sofrido críticas também em outros países. Na Itália, a associação médica nacional já entrou com uma ação disciplinar contra Antinori por seus anunciados planos, que também violam uma convenção do Conselho Europeu que proíbe a clonagem humana, em vigor desde março. O código de ética médica italiano estabelece ainda que experimentos médicos só são permitidos para prevenção e correção de problemas médicos.

O Dr. Ian Wilmut, que criou a ovelha Dolly, o primeiro mamífero de grande porte clonado com sucesso, também é contra a clonagem humana e diz que cabe à sociedade impor limites a esse tipo de experimento. "Se a sociedade decide que não gosta de algo em particular, ela pode impedi-lo", frisa Wilmut. Wilmut também questiona o uso da clonagem para ajudar casais inférteis, afirmando que "não conhece nenhuma causa de infertilidade que só possa ser solucionada por meio da clonagem".

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